Contitos Perturbados #3 – A noite

A noite faz companhia, na janela ao meu lado. Mas nem sempre é boa companheira. Às vezes, ela traz ansiedade, vontade de explorar o mundo lá fora e a frustração de não poder por causa da rotina e do cansaço.

Quando boa companheira, inspira momentos de criação no meu quarto. Mas ela nem sempre quer ficar de papo pro ar enquanto escrevo ou desenho. Vira e mexe, a noite fica convidativa, chama lá para fora, para a aventura. Não quer saber de ficar trancada, quer me levar para todo canto. Ela conhece todos os botecos e baladas da cidade, é a guia ideal para uma jornada embriagada pela cidade. Eu vou.

Na manhã seguinte, chega o dia dando lição de moral, cheio de valores retrógrados, defendendo os bons costumes. O sol machuca meus olhos enquanto os barulhos do dia destroem os ouvidos. O dia cutuca todos os sintomas da ressaca, tentando me deixar arrependido por ter saído com a noite na noite anterior. O dia só quer que você trabalhe, seja uma peça funcional do sistema. Mas eu não me deixo vencer, sei dos planos do dia.

Fim do dia. Chego em casa, o tempo vira e a temperatura cai. Com esse frio maldito, sou obrigado a fechar o vidro da janela do meu quarto. Agora vejo só o meu reflexo. Te vejo outra hora, noite.

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